Sobre a tessitura de uma rede poético-política camponesa: a experiência da “IV mostra terra em cena & na tela”
DOI:
https://doi.org/10.35700/2359-0599.2022.16.3227Palavras-chave:
Produção teatral e audiovisual popular. Arte, política e educação do campo. IV Mostra Terra em Cena & na Tela.Resumo
A expressão estético-política é uma arma da qual os povos do campo podem se valer na defesa de seus territórios. A “IV Mostra Terra em Cena & na Tela” foi um espaço de testemunho dessa possibilidade. Pensada como um processo de confluência da produção artística de grupos ligados à Rede Terra em Cena, essa Mostra objetivou promover o intercâmbio e a formação dos mesmos, realçando o papel da cultura, particularmente do teatro político e do vídeo popular, na construção de suas lutas contra hegemônicas por uma reforma agrária construída popularmente. A realização da IV Mostra na fronteira agrícola do agronegócio no Piauí, na região nordeste, sinalizou o compromisso dos coletivos artísticos em analisar e representar o campo desde a perspectiva da reprodução ampliada da vida, assim como pautou a experiência cultural como via de desopressão camponesa, por meio da dialética formas-conteúdo-modo de produção. O presente trabalho descreve e analisa esses processos que caracterizaram a “IV Mostra Terra em Cena & na Tela” enquanto a tessitura de uma rede poético-política camponesa, contextualizando a arte como fator de desenvolvimento humano e social, recuperando o legado histórico do teatro político brasileiro até chegar ao trabalho de informação, formação e organização dos coletivos de cultura que compõem o programa de pesquisa e extensão Terra em Cena e Cenas Camponesas. Esses coletivos de cultura também fomentaram as atividades realizadas na IV Mostra, contribuindo, assim, com o fortalecimento da territorialização camponesa, seja na universidade, na luta social ou nas dimensões intersubjetivas.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão - SECADI. Educação do Campo: marcos normativos/Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – Brasília: SECADI, 2012.
CALDART, Roseli Salete. Educação do Campo. In: CALDART, Roseli Salete; PEREIRA, Isabel Brasil; ALENTEJANO, Paulo; FRIGOTTO, Gaudêncio (Org.). Dicionário da Educação do Campo. 2. ed. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012.
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: CANDIDO, A. Vários escritos. (4ª edição). São Paulo: Duas Cidades, 1995.
NUNES, Ranchimit Batista. Educação, gênero e afrodescendência: a educação escolar e a organização de mulheres quilombolas em Brejão dos Aipins. (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Piauí, 2013.
PEREIRA, Kelci Anne; VILLAS BOAS, Rafael Litivin; GOMIDE, Carolina; ROCHA, Eliene Novaes. IV Mostra Terra em Cena e na Tela demonstra a força do teatro e do cinema em tempos de barbárie. Disponível em http://www.dex.unb.br/noticias/615-iv-mostra-terra-em-cena-e-na-tela-demonstra-a-forca-do-teatro-e-do-cinema-em-tempos-de-barbarie. Acesso em 19 de abril de 2021.
SPADOTTO, Bruno Rezende; COGUETO, Jaqueline Vigo. Avanço do agronegócio nos cerrados do Piauí: horizontalidades e verticalidades na relação entre o ambientalismo dos pobres e o controle de terras pelo capital financeiro. In: Revista nera, n. 47, p. 202-229, 2019.
VILLAS BÔAS, Rafael Litvin; PEREIRA, Kelci Anne. Formação estética e organização social. In: Conhecer: debate entre o público e o provado, v. 9, n. 23, p. 63-93, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Ao encaminhar textos à revista Caminho Aberto, o autor cede integralmente a essa publicação seus direitos patrimoniais sobre a obra, permanecendo detentor de seus direitos morais (autoria e identificação na obra), conforme estabelece a legislação brasileira específica (Lei 9.610/98).
O autor declara que o trabalho é original e inédito, não tendo sido publicado em outra revista nacional ou internacional.
Caso o mesmo texto venha a ser publicado em outro periódico, nacional ou internacional, o autor compromete-se a fazer menção à precedência de sua publicação na revista Caminho Aberto, citando-se, obrigatoriamente, a edição e a data dessa publicação.
O trabalho publicado na revista Caminho Aberto é considerado colaboração e, portanto, o autor não receberá qualquer remuneração para tal, bem como nada lhe será cobrado em troca para a publicação.
O conteúdo e o teor dos textos publicados na revista Caminho Aberto são de responsabilidade de seus autores. Citações e transcrições são permitidas, mediante correta referência às fontes originais.
A Caminho Aberto está sob a Licença Creative Commons.
Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.