EFEITO DE DIFERENTES FORMAS DE EMBALAGENS SOBRE A CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE PINHÕES
Palabras clave:
Pinha, armazenamento refrigerado, atmosfera modificada, vácuo.Resumen
INTRODUÇÃO
O pinhão é um produto muito consumido nos meses de inverno pelos habitantes da região Sul do Brasil. Apesar da importância cultural na alimentação das populações do Sul do Brasil, o pinhão, semente da Araucaria angustifolia L, tem sido pouco empregado na culinária brasileira. A conservação pós-colheita do pinhão é limitada já que ocorre rápida perda de sua viabilidade fisiológica com a redução do grau de umidade. Isto ocorre devido á falta de métodos para a conservação in natura e para o processamento industrial, ocasionados pela pouca atenção dada à pesquisa de métodos que preservem a sua qualidade pós-colheita. Segundo relato dos produtores, as formas usadas para o armazenamento de pinhão são na própria pinha, debulhados a granel, em sacolas plásticas ou de estopas geralmente enterrados, ou congelados já moídos. Devido a esta carência, técnicas de conservação do pinhão devem ser desenvolvidas para promover a comercialização e o uso do pinhão em outras épocas do ano, além da estação de produção. O armazenamento refrigerado e o uso de embalagens adequadas é uma alternativa para sua conservação. O objetivo deste trabalho é determinar a qualidade alimentícia do pinhão em diferentes períodos de conservação pós-colheita e tipos de embalagem.
METODOLOGIA
O experimento foi realizado na safra 2012 com pinhões obtidos no município de Bom Jesus, RS. Após colhidos as pinhas foram transportadas ao Laboratório de Pós-colheita do Campus Sombrio do IFCatarinense onde foram debulhadas e selecionados os pinhões para comporem os tratamentos. Os pinhões foram armazenados em frio sob temperatura de 1oC e -15oC, nos tratamentos: Rede a 1oC; Bolsa plástica a 1oC (Controle)(Atmosfera Modificada); Vácuo com casca a 1oC; Pinha a 1oC; Congelado em água a -15oC; Congelado “seco” a -15oC. Foram formadas 4 repetições por tratamento compostas por 45 pinhões. Os pinhões foram analisados na colheita e após 30, 60, 90, 120 e 150 dias de armazenagem quanto a sua desidratação, peso, diâmetro, comprimento, cor da epiderme, acidez titulável, sólidos solúveis, incidência de fungos e submetidos a um painel de degustação de aceitabilidade e textura com pessoas não treinadas. Para os painéis de degustação, as amostras foram cozidas em panela de pressão por 60 minutos. Após o cozimento os tratamentos foram servidos a 15 painelistas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, num esquema fatorial 6 x 6, composto de 6 formas de embalagem e 6 datas de avaliação, com quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância, seguida por separação de médias pelo teste de Tukey (0,05%).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na safra 2012, em todos os períodos de armazenagem, pinhões em pinhas e em redes desidrataram mais que aqueles em bolsas plásticas, os congelados e os a vácuo. Com relação a aparência, os pinhões em bolsas, na pinha, congelados e sob vácuo com casca conservaram melhor a cor da epiderme. Ao longo da armazenagem, foi observada maior aceitabilidade dos pinhões conservados em bolsas plásticas e a vácuo comparado aos demais tratamentos em todos os períodos de armazenagem. No entanto, com o decorrer do tempo em armazenagem, a textura dos pinhões a vácuo tornou-se mais pastosa, e seu sabor azedo, enquanto os pinhões embalados em bolsas plásticas mantiveram textura e sabor semelhantes aos observados na colheita. Já os pinhões das pinhas, apresentaram boa aceitação na colheita, semelhante aos demais, mas aumentaram sua textura com o passar do tempo em frio, fato que está relacionado à sua maior desidratação. Pinhões congelados apesar da boa aceitação apresentavam sensação de esfarelarem ao serem degustados. A análise de fungos realizada resultou em Penicillium, Moniliella e Monilinia, em todos os tratamentos. Estes resultados diferem dos observados em anos anteriores, em que somente Penicillium foi encontrado. No entanto, em nenhum tratamento os fungos foram capazes de penetrar a casca.
CONCLUSÃO
O armazenamento refrigerado em bolsas plásticas a 1oC conserva melhor a textura e sabor e minimiza a desidratação de pinhões após colheita por até 180 dias.
AGRADECIMENTOS
Ao Campus Sombrio do Instituto Federal Catarinense pelo financiamento de bolsa de iniciação científica de graduação no Edital no022/2011/IFCCampus Sombrio.
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Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na revista Caderno de Publicações, editada pelo Instituto Federal de santa Catarina, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores a qualquer outro periódico. Através deste instrumento, em meu nome e em nome dos demais co-autores, porventura existentes, cedo os direitos autorais do referido artigo ao Instituto Federal de Santa Catarina e declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº9609, de 19/02/98).