Análise bromatológica de resíduos de bagaço de malte e trub quente provenientes da indústria cervejeira da grande Florianópolis

Resumo

Os resíduos cervejeiros em sua grande maioria são destinados ao alimento de animais e ou
quando descartados inadequadamente, podem causar impactos ambientais como a eutrofização
das águas. Esse estudo tem como objetivo determinar a composição química do bagaço de malte
e do trub quente oriundo da indústria cervejeira artesanal com foco em suas potencialidades de
aplicações tecnológicas. As amostras foram coletadas em uma cervejaria artesanal no município
de São José e Santa Catarina. Em laboratório foram processadas por secagem, seguidas de
moagem e conservadas refrigeradas até análise. As analises seguiram métodos do Instituto
Adolfo Lutz (2008), incluindo determinação de umidade, cinzas, proteína bruta, lipídeos,
carboidratos e minerais. Os resultados mostraram que o bagaço de malte apresentou
23,18±4,52% de proteína; 12,10±1,77% de lipídeos e 60,18% de carboidratos, além de teores
minerais como cálcio (16,00 mg/100g), potássio (24,51 mg/100g) e sódio (15,38 mg/100g). Esses
valores se aproximam dos reportados na literatura, reforçando seu potencial para a incorporação
em alimentos, visando enriquecimento nutricional. Já o trub quente apresentou 24,83±0,51% de
proteína, 15,49±0,85% de lipídeos e 52,97% de carboidratos, além de alto teor de cálcio (237,48
mg/100g). Apesar disso, não é indicado para alimentação animal devido ao sabor amargo e
possíveis contaminantes, destacando-se mais pela aplicação em processos de conversão
termoquímica. Destaca-se que ambos resíduos apresentam potencial de aproveitamento,
sobretudo o bagaço na produção de alimentos e o trub em rotas de produção energética,
exigindo novos estudos para ampliar seu uso.