A Pesquisa sobre a Percepção Socioambiental dos Jovens como Subsídio para Elaboração de Material Educativo para Ensino Formal e Não-formal.

Autores

  • LAURA PIOLI KREMER
  • Diana Terezinha Amaro Ferraz
  • Raquel Fabiane Mafra Orsi
  • Thiago Carvalho da Silva
  • Luiza Silva Machado
  • Lucas Saraiva Quirino Procópio
  • Christina Martinez Hipólito
  • Elisa Rodrigues Dassoler
  • Juliana de Abreu
  • Rita Inês Petrykowski Peixe
  • Yara Christina Cesário Chaves
  • Tatiana lineia Beber Tedesco

Resumo

As mudanças climáticas e a degradação ambiental representam desafios globais e locais, exigindo estratégias educativas capazes de formar sujeitos críticos e atuantes em seus territórios. Nesse cenário, o projeto de pesquisa “A percepção socioambiental de jovens como subsídio para a elaboração de material educativo para a educação formal e não-formal” teve como objetivo investigar como estudantes do Ensino Médio percebem questões socioambientais de seu território e, a partir dos resultados, elaborar de um material didático para a educação ambiental crítica. Para realizar o estudo, foi elaborado um questionário com 27 questões abertas e fechadas que contemplavam a reflexão sobre os aspectos socioambientais do território, mudanças climáticas e justiça ambiental. O questionário foi aplicado em cinco escolas estaduais do município de Itajaí, com participação de 57 jovens que tinham entre 16 e 18 anos. A análise estatística descritiva evidenciou que 73,7% residem em áreas urbanas e que, embora 43,9% percebam poucos problemas socioambientais, 29,8% reconhecem a presença de muitos. Dentre os problemas socioambientais, o lixo, a poluição e o esgoto a céu aberto foram destacados recorrentemente pelos jovens como aspectos negativos. Com relação aos aspectos positivos, foram elencadas as áreas verdes preservadas e as práticas de coleta seletiva, porém apareceram em menor proporção do que os aspectos negativos. Sobre a qualidade de vida local, prevaleceram avaliações entre 7 e 8 em escala de 0 a 10, o que indica uma percepção relativamente favorável, apesar dos problemas relatados. Em relação às mudanças climáticas, 75,4% dos jovens as reconhecem como um problema grave. No entanto, 77,2% afirmam não perceber ações efetivas de enfrentamento em seus territórios. Apesar disso, o mesmo percentual (77,2%) reconhece que sua escola desenvolve iniciativas voltadas à melhoria do meio ambiente e da sociedade, evidenciando o papel estratégico das instituições de ensino no enfrentamento da crise socioambiental. Ainda, 34,3% relataram impacto moderado a severo de enchentes, evidenciando a vulnerabilidade da cidade de Itajaí a esse evento extremo. Quanto às práticas cotidianas, 43,9% não separam o lixo e 87,7% desconhecem o destino dos resíduos coletados, o que revela lacunas no engajamento ambiental. O estudo também apontou que 49,1% não sabem como agir diante de conflitos socioambientais e que 38,6% nunca tinham ouvido falar sobre racismo ambiental, demonstrando limitações no acesso a conceitos-chave. Diante desse cenário, conclui-se que, embora os jovens apresentem sensibilidade parcial às questões socioambientais, desconhecem muitos aspectos básicos relacionados a sua realidade socioambiental. Evidencia-se, também, a necessidade de promover uma compreensão crítica sobre o território, capaz de estimular o protagonismo dos jovens nas ações de transformação. Os resultados oferecem subsídios para a criação de materiais educativos que possam fomentar práticas pedagógicas engajadas, fortalecer a cidadania ambiental e ampliar a participação juvenil na busca por soluções frente à crise climática e aos problemas locais.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2025-11-11

Edição

Seção

ITAJAÍ