EDUCAÇÃO BILÍNGUE EM TEMPOS DE PANDEMIA: PRÁTICAS VISUAIS E INCLUSIVAS NA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS EM LIBRAS
Palavras-chave:
recursos pedagógicos bilíngues, libras, educação de surdos, literatura infantil bilíngue e vídeosResumo
Em um cenário de distanciamento social causado pela pandemia da Covid-19, tornou-se necessária a reinvenção das práticas pedagógicas, especialmente no que se refere ao uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) para garantir a inclusão de crianças surdas no processo de aprendizagem. Nesse contexto, o presente trabalho, desenvolvido no âmbito da Residência Pedagógica do curso de Pedagogia Bilíngue (Libras/Português) do IFSC – Campus Palhoça Bilíngue, teve como objetivo geral a produção de vídeos educativos em Libras – Língua Brasileira de Sinais – voltados ao público infantil. A proposta contemplou a contação de histórias e a tradução de músicas infantis para Libras, buscando promover o desenvolvimento da linguagem e da imaginação das crianças surdas. Reconhecendo a importância do aspecto visual na aprendizagem, a iniciativa procurou, por meio de tradução cuidadosa e expressiva, adaptar os conteúdos de forma significativa, sempre respeitando a estrutura linguística da língua de sinais. Nesse processo, destacou-se a relevância da formação proporcionada pela Residência Pedagógica que, a partir de estudos aprofundados sobre a gramática e a estrutura da Libras, contribuiu de maneira significativa para o aprimoramento da nossa competência bilíngue. Esses conhecimentos foram essenciais para a elaboração de materiais audiovisuais acessíveis e de alta qualidade. Além de valorizar a literatura infantil bilíngue, a ação também se propôs a combater o capacitismo, reafirmando o papel do sujeito surdo como agente ativo e protagonista na sociedade. A experiência, embora tenha revelado desafios – como a dificuldade de muitos estudantes em dominar plenamente a língua de sinais –, proporcionou oportunidades de crescimento profissional, reflexão crítica e aprendizado coletivo. Ao final, foi possível constatar que as práticas desenvolvidas ampliaram o alcance da inclusão e fortaleceram o respeito à diversidade linguística e cultural, ao incentivar tanto alunos surdos quanto ouvintes a se aproximarem da Libras e da cultura surda.